Ana Vífer

Ana Vífer

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Você é todo o som


Se lembra como é recolher meu sorriso com suas cócegas desenfreadas?
Se lembra como faz pra que eu olhe dentro dos teus olhos, te faça promessas com o aperto do abraço?
Desajeito todos os dias minhas lembranças, tiro tudo do lugar. Desarrumo todas as confianças em mim tentando entender o que um dia te fez gostar só de mim e ser somente meu.
Meu Deus! Como eu gosto do seu formato, do quanto é exato seu maxilar, seus artelhos, seus cabelos, seu jeito de falar. Como eu amo a sua voz, como eu amo te escutar em um verso simples de Caetano eu posso até imaginar.
Cada pausa do seu violão e uma ânsia para voltar a te ouvir tocar aquelas notas que tanta gente sabe, mas que só na pontas dos teus dedos tem sonoridade o bastante pra me fazer viajar.
Quero fazer parte de novo do dedilhado, do foxtrot ao luar. No meio da rua, à sós vendo as estrelas a presenciar nosso dueto, em um rítmo perfeito cada nota soar. Quero forçar minha voz, subir uma oitava do meu tom ou mais só pra te acompanhar... Só pra ser seu par, pra ser a metade que te falta na música, na vida e em tudo o que você deixar e que se dane a rouquidão, já que de qualquer maneira com você eu fico sem fala, só consigo cantar.
Quero você no andamento da minha vida, nas linhas da minha pauta só quero teu nome escrito. Cada nota prolongada que eu canto só exemplificam o quanto eu consigo te esperar, cada staccato que eu faço mostra a intensidade do pulsar do meu coração.
Você é exatamente todo som que eu consigo emitir e todo som que eu consigo escutar.

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