Ana Vífer

Ana Vífer

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Meu adeus

Eu toleraria qualquer não, qualquer desculpa boa, qualquer mentira bem contada, mas ser ignorada me machuca.
Ingratidão, falta de humildade doem.
Não se trata de cobrança e eu sempre soube o meu lugar. Eu não quero reconhecimento e nem aplausos pelo que eu já fiz, mas eu fiz e isso é fato.
Eu sempre estive lá, eu nunca me ausentei de fato, sempre entendi e superei tudo, sempre dei a mão e nunca quis saber se estava certo ou errado. Talvez esse tenha sido meu grande erro, eu nunca saí daqui, deveria ter ido embora.
Foram anos engolindo sapos, passando por cima do meu orgulho, atando grandes nós na minha auto-estima, fazendo comparações que me depreciavam, culpa sua, culpa minha, tanto faz. Nem sei quantas bocas beijei pensando na sua, quantos abraços eu senti idealizando o teu calor, eu me esquivei de quem valia a pena por você, não porque te esperava, mas porque eu respeitava tudo o que havia acontecido entre nós.
Eu briguei sozinha, te chinguei alto, trancada no meu quarto desejei que você não estivesse por perto para que eu pudesse descansar. Mas tudo passava e a tua presença trazia de volta aquele velho sentimento que me fazia amolecer e deixar pra lá.
Dessa vez não deu, dessa vez doeu. Talvez porque agora eu sou mais madura, eu consegui enxergar que para você eu valho pouco, tão pouco...
Dessa vez meu coração não aguentou, dessa vez meu coração chorou, dessa vez as lágrimas estão sentidas, doloridas, elas queimam meu rosto. Como você pode ser tão frio assim?
Eu escutei seus problemas e te abriguei nos meus braços quando todos que sabiam da sua conduta te deixaram. Eu tentei te compreender e te dar um consolo que você na verdade não precisava. Eu amei você da forma mais decente que alguém pode amar, eu te respeitei, eu nunca menti pra você, eu nunca te enganei, nunca joguei sujo, nunca te ignorei e em troca você sabe o que me deu, mas doeu.
Se você pudesse ver meu coração agora como Deus está vendo, você se sentiria péssimo. O que você causou dentro de mim ainda nem tem nome, eu nem sou mais tão forte agora, eu desfaleci. Minhas armas estão sem munição, eu não tenho defesa.
Se você me visse agora, não me reconheceria.
Eu só espero que você tenha uma sorte melhor do que a que eu tenho tido, que possa se regenerar, ser alguém que vale a pena.
Só Deus conhece o quanto dói, mas dessa vez vou ter que ir, vou ter que abrir mão de cada um dos sentimentos que me fariam reconsiderar. Não posso mais segurar, não posso mais me deixar levar, eu não quero mais.
Eu vou evitar seu nome, seu endereço, sua voz, seu cheiro, seu sorriso, sua música, seu olhar, tudo seu. Quero me desfazer de tudo que lembre você, que possa me fazer ceder.
Nunca doeu assim, nunca foi tão ruim. De todas as vezes que eu quis me ver livre desse sentimento, essa é a mais sincera.
Esse não é meu "até logo", esse é o meu "adeus".

domingo, 1 de abril de 2012

Uma forma nova de amor

Eu quando juro amor eterno, eu cumpro. Certamente todos os amores que jurei um dia mudaram de forma. Alguns assumiram um nome forte e importante de "admiração", outros basearam-se em "respeito", outros são hoje "amizade".
A questão é que não importa, meu amor, que rumos nossas vidas tomaram e nem importa quais rumos ainda vão tomar. Não te desejo mais, não se trata de pele e nem se resume também em uma simples amizade, isso que ficou ainda não tem nome e possivelmente nunca tenha.
Não existe mais beijo, mas existe um entendimento em um olhar. Não existe mais toque, mas existem diálogos extensos e sinceros, entendimentos e conclusões. Não existe mais divir o mesmo cobertor, mas existe dividir a saudade que dá de tudo o que nós somos agora e a percepção de que é bem mais gostoso assim, de verdade agora juntos e separados nós somos felizes.
O que ficou foi tudo o que a paixão nos roubava, ficaram as verdadeiras alianças que estabelecemos ao longo do tempo, ficou o amor... O amor genuíno e verdadeiro que vai nos acompanhar durante toda uma vida.
Ainda nos casaremos com pessoas boas, teremos filhos amigos, nos visitaremos e oraremos pela família um do outro, porque nós sim soubemos preservar aquilo de bom que ficou.
Hoje parece patético, ontem era nostáugico e anteontem era paixão, paixão que deu errado, graças a vida, graças a Deus.
Eu me sinto agraciada, nossos corações estão cruzados em uma linha sem dor porque com você eu descobri uma forma nova de amor que não tem nome, mas é amor.