Ana Vífer

Ana Vífer

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Clichê

Eu quis tanto, tanto, mas tanto que agora já não sei se quero mais.
Meu coração já está se conformando mesmo e acho que nem saudade sinto mais. Estou estranhamente feliz, musicalmente audível, porque eu ando cantando coisas que não me trazem pesar e não estou mais me fazendo sonora pelas pronúcias do seu nome.
Talvez eu o mencione em pensamento quando a chuva aperta, ou quando ouço você cantar em alguma lugar assim, por acaso, sem pretenção.
Eu vou guardar aqui só o que foi bom, nesse imenso clichê da memória não fúnebre eu quero deixar aquele "adeus" que até hoje foi apenar um "até mais".
Quando a gente decide mesmo seguir a vida, dói. Acreditamos no alívio, mas é como uma desentoxicação, e a abstinência derruba até nossos desejos de sonhar. Surpreendentemente, as coisas vão voltando ao lugar em meio a tristeza, e a sensação de liberdade daquilo que te fez tão bem e tão mal começa a fazer sentido. Agora é só mais uma coisa que ficou para trás, é só um início do que ainda está por vir.
A minha vida finalmente vai se desprender dos seus atos pretenciosos e da necessidade de você, enfim, vou ser aquilo que eu gosto de ser, e o que eu devo ser.
Cômico como o que não machuca nem parece fazer sentido agora, tempo perdido? Talvez... Em mais um clichê eu afirmo que aprendi muitas coisas nesse meio tempo, e seguindo o seu conselho, eu vou viver tudo o que eu tiver para viver.
O meu álibi para os preços da vida é o amor, o seu álibi... Ah, não procure o apresentar para as consequências daquilo que você plantou, não vale nada dizer que foi fase, ou que era jovem demais. A vida não aceita desculpas, ela aceita modificações.
Porque usando do meu último artifício do clichê: A vida dá muitas voltas, e no final das contas, ela para aqui.

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