Ana Vífer

Ana Vífer

terça-feira, 28 de maio de 2013

Garimpeira

Um dia me vi desafortunada de uma preciosidade, caminhando dentre um vale com pouca luz, garimpando em um solo estéril. 
Cansada, avistei um sinal de luz por um fresta estreita e resolvi empurrar as pedras, encontrei um jardim e sorri. Descobri a cor dos meus pés e vi pelo reflexo das águas doces como meu cabelo brilhava e em um complexo narciso me entreguei.
Tão esquecida da preciosidade que procurava, deixei que o vento tirasse a poeira que restava em minhas roupas, adormeci.
Senti no rosto o vapor de uma respiração e um plebeu me acordou, me estendeu a mão e me entregou o que eu tanto procurava, o amor.
Satisfeita, hoje eu sei que só se tem o amor do plebeu depois que se sai do vale do garimpo.

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