Ana Vífer

Ana Vífer

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Estrada

O amor tem curvas. Às vezes não dá pra fazer ultrapassagens, tem obstáculos. No amor se corre a dois, de mãos dadas e se um se cansa, o outro tem que parar e oferecer força.
O amor não é mão dupla, é viagem de ida e só de ida. O amor é cachoeira, não sobe as pedras, só as desliza.
No amor quando um tem sede, nem que o único líquido seja a saliva, deve-se dar.
Amor tem temporal, tem nuvem cheia, tem sol ardido e tem areia. O temporal às vezes desgasta o brilho da nossa pintura, e a nuvem cheia escurece nossos dias coloridos. O sol ardido às vezes traz delírios e a areia cega nosso olhar... Mas só por um tempo.
Porque quando a chuva passa e as nuvens se vão, a sombra fresca vem e a o vento se acalma fazendo a areia se aquietar, o amor floresce de novo lindo, vívido.
Não tem como saber como vai ser o final da estrada, mas não se pode parar e nem desistir. Se for preciso caminhar manco, rastejar-se, quebrar o ego no meio, sair das manias e dos costumes para que o caminho seja percorrido, que assim seja.
A todo custo, escolherei o amor e toda a sua essência, mesmo que ele tenha que tomar conta das minhas mais antigas convicções, das minhas maiores valias de juras de amor, dos meus mais exigentes contentamentos, eu dou lugar para o amor.

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