Ana Vífer

Ana Vífer

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A TPM

Não existe nada pior que a minha TPM. Ela me pega de uma forma descomunal, sem dó e nem piedade. Enche meus olhos de lágrimas se estou feliz, se sou ignorada, se as coisas não são conforme as minhas expectativas, se me olham torto, se eu não ouço "eu te amo", se não vejo resposta nas minhas propostas. A TPM me arrasa, e sei que faz isso com um monte de outras amigas minhas. Ela nos sensibiliza de uma jeito que chega a ser ridículo, é cafona. Na TPM a gente ama mais, odeia mais e se não odiamos, passamos a odiar. Tem mais ciúme, fica extremamente carente de coisas que normalmente nem notamos a falta. Na TPM qualquer motivo é motivo para que um stress venha nos atormentar e o espelho vira inimigo. Dá raiva de nós mesmas, das nossas exigências, das nossas esquisitices, do nosso desespero. Aquela vontade absurda de chocolate e guloseimas que engordam e nos incham ainda mais do que já estamos inchadas nos deixam totalmente loucas!
Quem nunca chorou de madrugada numa crise de TPM? Quem nunca brigou com as pessoas por causa da TPM? Quem nunca brigou consigo mesma por causa da TPM?
Mas por que ela insiste em se manisfestar? Por que ela quer tanto nos tirar do sério e nos chatear? Por que ela nos leva a chatear as pessoas?
O namorado sofre, a mãe sofre, o pai sofre, o irmão sofre e nós sofremos mais do que todo mundo!
Só há um remédio eficaz: AMOR.
Amor com exagero, amor como raramente se tem, amor daqueles bem melosos de novela, amor declarado, amor apaixonado. Toda mulher de TPM gosta de amor. Não é de flores, nem de grandes declarações de amor, é do amor requisitado, é do amor implorado.
Porque na TPM nós entramos em um estado de queda de autoestima, de auto desvalorização, não vemos beleza em nós e isso mais do que emocional e biológico e incontrolável. A mulher satisfeita com o corpo se detesta e a confiante fica insegura.
Na TPM tudo que é simples fica complicado, o raciocínio muda e as ideias mudam. Quem ama sua casa quer se mudar, quem gosta de cães se apaixona por gatos, quem ama crianças passa a detestá-las e o contrário também acontece.
Existe outra cura plausível para a TPM também em alguns casos: SOLIDÃO.
Eu particularmente não sou esse tipo de mulher, pra mim quanto mais carinho melhor. Talvez eu seja uma mistura das duas coisas. Poucas palavras e muito carinho? Será? Talvez sim.
Para as que amam solidão, se isolam dos efeitos da TPM que pode estragar todo o humor de qualquer pessoa que a rodeie, o silêncio, estar encurralada a si mesma é o ideal. Não ter que explicar é mais fácil.
Eu fico imaginando para aquelas que tem que trabalhar e conviver com outras pessoas. Devia existir uma LICENÇA TPM para as mulheres. Incomunicáveis, sensíveis, aéreas, briguentas, enjoadas, doloridas, inchadas, com espinhas, malcriadas, malvadas, choronas...
Eis uma grande questão: Será melhor ter TPM ou não? O que nos separaria da rotina séria, civilizada e cautelosa se não fosse a tal "maledetta" TPM? Seriamos como aquelas mulheres que são iguais 365 dias por ano, sem metamorfose, sem o "encasular" da TPM e o "borboletear" da TpósM.
Sei que meu namorado que vai ser marido daqui um tempo terá que aguentar meus roupantes de personalidade até que a menopausa aplaque toda a beleza da minha TPM odiosa. Talvez minha filha ou filho fique descabelado com minhas alterações de humor. Só sei que minha feminilidade fica totalmente nua e exporta ao me ver em pleno estado de TPM, eu pouso sobre um eu desconhecido alguém que nunca vou gostar, mas que me ajuda a ser mais livre do que eu tenho que ser.

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