Ana Vífer

Ana Vífer

segunda-feira, 5 de março de 2012

Guerra fria


Você fala nas entrelinhas, eu repito esse ato falho na esperança de ser entendida. Eu infantilizo isso, porque não sei mesmo como agir.
Virou uma guerra fria, todo mundo sabe, menos nós. Todo mundo tem uma opinião, eu e você não.
Tantos tratados de paz quebrados pelos nossos lábios, tantas alianças de território desfeitas porque fomos fracos demais para parar por ali e para aprender a conversar ao invés de fingir sempre que nada nunca aconteceu.
Era pra ter sido simples, mas complicou tanto que por fora continua simples, mas por dentro, revirado está.
Eu aparento não sentir nada pra não invadir você, eu ando sozinha e dou sempre a entender que consigo assim e que está tudo certo por me preocupar comigo e estar acomodada com isso.
Eu não preciso disfarçar, mas essa minha diplomacia é tão cruel quando insiste em ficar!
Sinto muito, mas agora vou ter que começar a atirar pelo meu próprio bem, pra sobreviver, pra não camuflar mais nada e não ser mais uma mulher sufocada. Não existe segredo e nem mistério que nos prenda à conquista, agora é guerra mesmo! Eu combinei com os meus pensamentos e sensações que seria assim, pacífico como é, mas tenho mais que envolvimento pra dar, tenho tantas outras armas, agora não quero explicar.
Nosso convívio atesta que eu não mais quero, minha boca saliva por querer. Tudo encoberto, todos esses traços de frieza feitos por cautela e medo de ser senhora de uma batalha.
É bom que tenha muitos escudos, tenho no desenho do lábio artifício perfeito para capturá-lo.

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