Ana Vífer

Ana Vífer

sábado, 27 de julho de 2013

Cantar.

Do fundo do meu peito, com os pulmões cheios de ar. Da minha cabeça cheia de intenções e tantas outras interações. Das minhas fossas nasais, que se transformam em poços de límpidos. Das minhas costelas, que se abrem e fecham como asas. Da minha garganta, das cordas que toco com os ares como mares correm vibrando e vibrando, ecoando pelas bochechas, acariciando o céu da boca. Minha voz.
Quando eu canto, exijo de mim, exijo do meu corpo seu trabalho mais esforçado. Técnicas, talvez se confundam tantas vezes com meu extinto de viver pra cantar. Cada nota que meus lábios de ajudam a amplificar, somada as palavras me trazem a dimensão exata do prazer que é cantar.
Cantar e ver o ventre estufando, as mãos ajudando a lembrar os acordes, os pés dançando, e a mente contando o tempo. Meu corpo canta, elabora o grave em meio a minha face, distrai-me com os agudos vindos do meu diafragma. Cantar é espiritual, o canto toma dimensões inexatas às nossas percepções humanas.
Pra mim cantar é o que me salva todos os dias, é a certeza de que eu sou boa em alguma coisa. Solo ou em grupo, eu sei que ainda há muito a percorrer. Desbravar a simplicidade, explorar o mais complicado, criar meu estilo, usar meu timbre que é minha digital.
Eu nunca vou me cansar de aprender a minha voz e aperfeiçoá-la, simplesmente por ela não me pertencer, mas ser dádiva do Mestre para Ele mesmo.

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