Ana Vífer

Ana Vífer

quarta-feira, 20 de julho de 2011

São Paulo, minha cidade...


Minha querida cidade de São Paulo,
Me perdoa se um dia eu reclamei demais de você. Hoje eu vejo que você é uma cidade linda cheia de feridas e está um tanto adoentada, mas não é certo te deixar pelo que deu errado, quero te abraçar para que dê tudo certo.
Amo quando você fica cinzenta de raiva e depois de chorar muito sobre suas ruas, traz núvens no seus lindos olhos celestes.
Amo suas tatuagens de grafite pelas paredes, seus piercings de edifícios e lojas escandalosamente iluminadas. Amo seus músculos de puro concreto e asfalto, seu cabelo colorido pelos moradores de todas as raças. Sua voz estridente de buzinas, vendedores ambulantes e música bem alta.
Seu jazz saxofonado nas linhas do metrô, sua street dance importada na sua periferia, as pessoas maravilhosas que moram em casinhas feitas de madeira no meio da favela que criaram sua própria linguagem, seu próprio habitat dentro do morro.
Os moleques piranha, as minas zica, os mano e as mina pá, eu já aprendi a respeitar. Me perdoa, São Paulo, porque hoje eu compreendo que os loucos que você deu a luz, são loucos de bom coração, que apesar dos palavrões e gírias, são loucos que não traem e por crescerem aceitando tamanha diversidade, não julgam para não serem julgados. Obrigada por parir aqui os meus amigos que fecham comigo, os manos zica, os carinhas, os manolos, os "véios" e por ai vai.
São Paulo, minha cidade, eu amo você.

Um comentário:

  1. Faço minhas tuas palavras. Reflete bem o que eu mesma sinto acerca de NOSSA São Paulo...eternamente muvucada...akkkk claro, deixando de lado o amargo das alcateias politiqueiras...

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